Para entender os ciclos de chuvas nos Lençóis Maranhenses é só ficar de olho nos fenômenos climáticos El Niño e La Niña. São eles que influenciam diretamente o clima na América do Sul, especialmente em um dos trechos mais visitados da Rota das Emoções, os Lençóis Maranhenses. Os principais efeitos do El Niño no Brasil variam de acordo com o volume de chuvas que caem em cada região e da intensidade do fenômeno.

Resumidamente, um El Niño pode ter os seguintes efeitos: na Região Norte e Nordeste, a diminuição de chuvas causando secas no sertão nordestino e incêndios florestais na Amazônia; na Região Sudeste, o aumento da temperatura média; e na Região Sul, o aumento da temperatura média e da precipitação, principalmente na primavera e no período entre maio e julho.

São os anos de La Niña que as lagoas dos Lençóis Maranhenses estão transbordando de tanta beleza (veja as melhores épocas para conhecer os Lençóis Maranhenses). É quando mais chove e deixa os lençóis freáticos repletos de água, gerando assim as milhões de lagoas do parque nacional. O El Niño chega sempre trazendo menos chuvas e períodos de estiagem mais longos, e com isso, menos lagoas.

Por isso eu escolho sempre as melhores épocas para fazer a Rota das Emoções com meus clientes. As Expedições da Rota das Emoções são pacotes completos de 12 dias incluindo todos os transfers, passeios e pousadas. Se você quer economizar e não quer ter trabalho de montar toda uma logística complicada de viagem, então as minhas expedições são pra você. Clique aqui para conhecer.


O que é o El Niño?

Durante um ano “normal”, ou seja, sem a existência do fenômeno El Niño, os ventos alísios sopram no sentido leste-oeste através do Oceano Pacífico tropical, originando um excesso de água no Pacífico oriental, de tal modo que a superfície do mar é cerca de meio metro mais alta nas costa leste da Ásia e Austrália que na costa oeste da América do Sul. Isto provoca a ressurgência de águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes na costa ocidental da América do Sul, que alimentam o ecossistema marinho.

Quando acontece um El Niño, que ocorre irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos, com uma média de 3 a 4 anos, os ventos sopram com menos força ou mesmo invertem a direção em todo o centro do Oceano Pacífico, resultando numa diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de água mais quente que o normal na costa oeste da América do Sul.

Os anos de El Nino e Super El Nino sempre trazem menos chuvas para o Norte/Nordeste e com isso as lagoas dos Lençóis Maranhenses tendem a não ficarem muito cheias. Além disso, a durabilidade delas é menor. Ou seja, lá pra meados ou final de Outubro, já estão bem baixas ou até mesmo secas.

O que é a La Niña?

O La Niña é um fenômeno natural que, oposto ao El Niño, consiste na diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. Assim como o El Niño, sua ocorrência gera uma série de mudanças significativas nos padrões de precipitação e temperatura ao redor da Terra. As últimas ocorrências com forte intensidade foram registradas em 1988–1989, 1998-2001, 2007–2008 e 2020-2023.

No Brasil, os principais efeitos de episódios do La Niña observados são:

  • Passagens rápidas de frentes frias sobre a Região Sul
  • Temperaturas próximas da média climatológica ou ligeiramente abaixo da média sobre a Região Sudeste, durante o inverno
  • Chegada das frentes frias até a Região Nordeste, principalmente no litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas; Tendência às chuvas abundantes no norte e leste da Amazônia; Chuvas acima da média para o setor centro-norte do Nordeste. Excelente para pegar os Lençóis Maranhenses com muita água nas lagoas!
  • Chuvas muito acima da média no leste dos estados da Região Sul, estiagem no oeste destes estados e no Paraguai
  • Em alguns episódios, chuva volumosa e frio na Região Sudeste do Brasil.

Em geral, um episódio La Niña começa a desenvolver-se em um certo ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano, vindo a dissipar-se em meados do ano seguinte. Ele pode, no entanto, durar até dois anos.

Histórico do El Niño nos últimos anos

2002–2003 – Intensidade moderada

2004–2005  Fraca intensidade (presença da La Niña)

2006–2007 – Forte intensidade

2009–2010 – Intensidade moderada

2014–2016 – Forte intensidade

2018-2019 – Fraca intensidade (presença da La Niña)

2023–2024 – Forte intensidade (previsão)

Afinal: quando ir pros Lençóis Maranhenses?

O ciclo das chuvas baseado nos fenômenos El Niño e La Niña é uma certeza REAL nos Lençóis Maranhenses. Ela acontece, você querendo ou não. O melhor que você tem a fazer é se planejar e evitá-la. De forma resumida, saiba que durante o primeiro semestre, as chuvas fortes na região vão enchendo o lençol freático de Janeiro até início de Junho. O que transborda (e nós amamos), são as lagoas. Já no segundo semestre, o sol forte e a chegada dos ventos vão contribuindo para secar as lagoas.

Para visitar os Lençóis Maranhenses no máximo de sua beleza, você pode ir no fim da temporada das chuvas, antes que as lagoas comecem a baixar o nível das águas. É recomendável esperar passar o período das chuvas, pois com tempo nublado as lagoas não “acendem”. Mesmo cheias, elas não brilham, pois é o seu azul e o sol que fazem os tons de azul e verde das lagoas brilharem.

Vale lembrar que de Junho a Agosto é considerada a alta temporada da região, e por isso, é provável que você encontre muita gente nas lagoas. Para alguns, isso pode acabar com o encanto do lugar. Então, para certas pessoas, Setembro e Outubro podem ser os melhores meses para visitar os Lençóis Maranhenses. Esses são os meses que eu faço minhas Expedições dos Lençóis Maranhenses (veja as datas, roteiros e valores), e os grupos ficam muito felizes com o que encontram: lagoas ainda cheias de água e vazias de pessoas.

👉 Veja aqui as datas, roteiros e valores das Expedições

Conclusão

Segundo cientistas, o pior ainda está por vir: os extremos climáticos no Brasil tendem a piorar à medida que o El Niño avança devido o cenário agravado pelas mudanças climáticas. Para entender como o El Niño e a La Niña irão influenciar os ciclos de chuvas nos Lençóis Maranhenses basta ficar de olho nos noticiários.

Com o El Nino ganhando força, os especialistas preveem que a seca na Amazônia se agravará, além de haver mais calor no Centro-Oeste e Sudeste e fortes chuvas no Sul. O El Niño deste ano (2023) foi decretado em junho e a previsão é de que seja particularmente forte (um Super El Niño), prolongando-se até fim de 2024.



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